Diário do Motorista - Passageiro Pé de Barro

Diário do Motorista

Passageiro Pé de Barro

Certo dia, recebi um chamado de um aplicativo de transporte, onde o passageiro informou apenas o nome da rua. Fui até o local, mas não consegui aviastar a pessoa. Então mandei uma mensagem para ele, perguntando em qual número ele estava naquela rua... Como a avaliação dele era boa e eu não estava em um dia bom de trabalho eu precisava muito dessa corrida. O passageiro informou o número e eu cheguei ao local, ele já estava me esperando ali. Era enfrente a uma obra em um prédio na região de Osasco, SP. Até ai tudo bem mas... tinha um problema ali. O passageiro estava com a roupa suja por causa do seu trabalho, principalmente as botas, que estavam com muito barro. Ele aproximou-se e falou: "Olá, da pra fazer a minha corrida, tem algum problema de eu entrar assim com o pé de barro". Eu tinha tudo para não fazer essa corrida.

Como nós motoristas somos sempre avaliados pelos passageiros, temos que estar sempre com o carro limpo, impecável, foi uma decisão difícil de tomar! A única coisa que eu disse foi que essa corrida não seria a última e se sujasse o carro ia me prejudicar, porque eu teria que parar o carro para lavar no meio do expediente. Como eu tinha uns jornais velhos no porta-malas, eu pensei rápido e disse ao passageiro que faria a corrida sem problemas, mas que fosse forrado o carpete do carro para que não sujasse o mesmo. Nessa hora pesou o lado financeiro, mas fazer o quê, né.

Acabei dando sorte e a corrida foi boa, mais de 10km. Mesmo tomando os cuidados necessários, o passageiro acabou sujando um pouco o banco do carro e o carpete. No final tive que limpar o carro nos pontos que sujou e bater o tapete. 

O meu bom senso e necessidade prevaleceu nessa hora. 

O que é preciso é que os passageiros também tenham um bom senso. Nesse caso, na minha opinião, o passageiro não poderia pedir um carro nas condições na qual se encontrava. Ele devia ter trocado de roupa, caso sua roupa estivesse muito suja, colocado um tênis, sapato ou até mesmo um chinelo e suas botas sujas de barro devia ser transportada dentro de uma sacola, saco plástico ou uma caixa.

Desse modo ele não ia sujar o carro, carro este que também transporta um passageiro para o aeroporto, para shows, para a escola, para um reunião importante, para o lazer, para uma obra, para qualquer lugar. E o próximo passageiro não ia gostar nada de entrar dentro de um carro totalmente sujo. E quem paga o pato nesse caso é mais uma vez o motorista que, com certeza terá sua nota rebaixada nas avaliações e também reclamações junto aos aplicativos de transporte.

P.S.: As informações escritas acima são histórias fictícias, baseadas e situações reais vividas por passageiros e motoristas no transporte de pessoas por aplicativos. Qualquer semelhança é mera coincidência. O objetivo do diário do motorista é passar aos motorista novatos e aqueles que queiram ser motoristas de aplicativos e também aos passageiros das plataformas, experiências vividas por motoristas e passageiros, histórias engraçadas e situações que possam servir de exemplo, caso passe por uma situação dessas.

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